segunda-feira, 20 de agosto de 2012

São Gilberto de Sempringham e São Bernardo de Claraval

           





São Bernardo de Claraval e São Gilberto de Sempringham



             São Gilberto depois que retornou da França e nas terras de seu pai, em Sempringham e West Torrington,  começou a formar um grupo de religiosos, foi aconselhado pelo seu amigo, o abade de Rievaulx, Santo Elredo, a procurar junto com os cistercienses agrupar sua comunidade à deles.
            Cister que inspirou a São Gilberto a fundação das religiosas e a dos irmãos, inspira ainda a regra destes últimos. É todavia difícil de precisar os autores da regra primitiva, porque consta que a redação definitiva não foi feita senão após a estadia de São Gilberto em Claraval entre os anos de 1147 e 1148 e sob a inspiração direta de São Bernardo.
            No início dos "Instituta Fratrum", São Gilberto conta, ele mesmo, como em todos os primeiros passos das religiosas, alguns cistercienses vieram o encontrar e, com eles , os irmãos. O quadro que ele traça de uns e de outros é surpreendente.
            Por outro lado, a carta da fundação de Haverholme, a segunda casa de São Gilberto, fez da regra severa de Cister que acompanham agora as religiosas (1139). Os cistercienses de Fountains representaram um papel menos indireto nesta segunda fundação.
             A participação de São Gilberto no Capítulo Geral de Cister visava recomendar aos cistercienses que assumissem suas duas casas, Sempringham e Haverholme. Esse capítulo a se reunir em setembro era providencial porque o próprio Papa Beato Eugênio III em pessoa e dois abades fundadores de congregações, Serlon de Savigny e Etienne d´Obazine também vinham para oferecer à Ordem Cisterciense os seus mosteiros. O primeiro com seus mais de trinta mosteiros e o segundo com quatro comunidades.
            Então, São Gilberto apresentou no capítulo o seu pedido, mas, ficou desapontado porque seu pedido não foi aceito pelos cistercienses porque eles ainda não tinham mosteiros femininos e isso os impedia de acolher suas duas casas que eram formadas por monjas, irmãs e irmãos.
            Em seu desapontamento, o Papa Beato Eugênio III em particular conversou longamente com São Gilberto sobre os assuntos da Inglaterra, declarando seu pesar de não tê-lo conhecido mais cedo, e acrescentou que se o tivesse conhecido mais cedo teria concedido a ele a cúria arquiepiscopal de York. E apesar de ter sido oposto ao pedido de São Gilberto por medida de consolação e de encorajamento o beato papa lhe dará a Bula de confirmação de sua ordem.
           Nestes quase dois anos em que São Gilberto passa em Cister, dias longos e felizes com o santo abade Bernardo, juntos vão traçando as regras para a nova ordem que surge na Igreja. O ponto crucial para São Gilberto é a questão da direção espiritual para as suas monjas, às quais ele não desejava confiar aos padres seculares mas sim a religiosos. Foi então que surgiu o quarto grupo da nova ordem: os cônegos monacais que seriam padres e seguiriam a regra de Santo Agostinho e que assegurariam às suas religiosas o serviço espiritual.
            Assim, nasceu a Ordem de Sempringham inspirada nas regras beneditina e agostiniana, uma junção de quatro grupos distintos que juntos serão guiados pelo seu Mestre, São Gilberto de Sempringham.


Abadia de Cister, França




Map showing the route probably taken by the Yorkshire abbots traveling to the General Chapter, after Williams, The Cistercians in the Early Middle Ages, p 39
 
A rota que São Gilberto percorreu com os abades cistercienses para o Capítulo Geral em Cister (Cîteaux)
 
 
 
 

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