A cruz está estreitamente ligada à Paixão de Cristo e à nossa salvação. É o símbolo mais eloqüente do amor de Deus por nós. A cruz venceu a morte e nos deu a vida eterna. Por esse motivo é justo que seja celebrada, exaltada e venerada por todos nós.
A Exaltação da Santa Cruz leva à nossa reflexão de o quanto Deus nos amou em seu Filho permitindo-o a subir nela e nos garantir a vida. Ela tornou-se a árvore da vida. A árvore que anulou a primeira árvore no jardim que nos trouxe a ruína.
Segundo São João o título Filho do Homem está ligado ao modelo de “subida-descida”: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem” (Jo. 3,13).
Só existe um que “subiu” aos céus, porque primeiro veio de lá: o “Filho do Homem”. Somente ele pode trazer a revelação divina porque tem sua origem no céu. E o Filho do Homem só pode ser Jesus de Nazaré. Só Jesus é o revelador e o enviado de Deus.
E Jesus acrescenta: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que crer tenha nele a vida eterna” (Jo 3, 14-15).
No deserto o povo se revoltou e murmurou contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-9). Então Deus mandou serpentes venenosas que mordiam e muitos israelitas morreram. O povo, arrependido, suplicou a Moisés: “Roga a Deus que nos livre das serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo e, inspirado por Deus, elevou uma serpente de bronze. Aquele que fosse mordido se olhasse para ela seria salvo.
Para São Gilberto esta festa está muito ligada à sua vida porque foi neste dia, 14 de setembro, Exaltação da Santa Cruz que ele recebeu das mãos do Papa Beato Eugênio III a aprovação dos Estatutos de Sempringham. Assim, a sua ordem está intimamente ligada ao mistério da cruz do Senhor.
É a partir deste mistério que ele também vai comungar com o seu abraçar a cruz, como todo aquele que deseja seguir a Cristo mais de perto, está convidado pelo próprio Jesus a abraçar a sua cruz a cada dia. Como no antigo Israel, hoje somos motivados a vislumbrar na cruz a nossa vitória.
Assim, a serpente erguida no deserto simboliza o Cristo elevado na cruz, que salva da morte do pecado. “Pois Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3, 17).
Quantas vezes caminhando nós, pelo deserto deste mundo, somos picados pelas serpentes do mal que são os nossos pecados: o egoísmo, a avareza, a sensualidade, a ânsia do poder, a falta de caridade, as nossas omissões...
Que pela intercessão de São Gilberto possamos a cada dia olhar para o grande sinal de nossa salvação e ver nele que o nosso chamado é cumprir em nossa vida a vocação que o Senhor nos concedeu: a nossa santificação.
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